Formação do lago

Destruição e queimadas

Escombros, Pedra Negra, Bom Sucesso, MG, 2002

Habitante se despede de Pedra Negra recém destruída, Bom Sucesso, MG, 2002

Habitação sendo desmontada, Macaia, Bom Sucesso, MG, 2002

Habitação sendo desmontada, Macaia, Bom Sucesso, MG, 2002

Habitação destruída, Funil, Lavras, MG, 2002

Final do Bar de Sr. Vicente, Funil, Lavras, MG, 2002

Fim de parte baixa de Macaia, Bom Sucesso, MG, 2002

Queimada da mata ciliar: animais e ovos queimados, Bom Sucesso, MG, 2002

Detalhe de queimada de habitação, Bom Sucesso, MG, 2002

Detalhe de queimada da vegetação, Funil, Lavras, MG, 2002

Fechamento das comportas

Fechamento de comportas do desvio do rio Grande, Lavras e Perdões, MG, 2002

Objetos aparecem no fundo do rio Grande, Ribeirão Vermelho, MG, 2002

Pescador observa, por horas, o desaparecimento da ponte; morre de enfarte dias depois, Funil, Lavras, MG, 2002

Objetos flutuavam ou se agarravam às margens, Lavras, MG, 2002

Micos estrela ilhados durante a formação do lago, Lavras, MG, 2002

Filhotes de ovos resgatados, Lavras, MG, 2002

Lagarto queimado, Lavras, MG, 2002

Sapo entre galhadas, Lavras, MG, 2002

Palmeira desaparece, Bom Sucesso, MG, 2002

O enchimento finalizou no dia 8/12/2002, Lavras e Perdões, MG, 2002

Em junho de 2002 teve início o desmatamento das matas ciliares dos rios Grande e Capivari. Cerca de 50 homens desmatavam 5 km ao dia por 12 horas. E as queimavam. O processo de represamento do rio Grande para a formação do lago iniciou após o corte e queima do verde, em seguida à mudança da população atingida para novas comunidades construídas às pressas e à demolição das antigas construções para limpeza e segurança do reservatório. O fechamento das comportas do túnel, por onde fora desviado o rio Grande, iniciou às 6h da manhã de um sábado, no dia 9 de novembro de 2002. Em 9 horas as águas subiram 7 metros. Do lado da represa em que o rio Grande rapidamente ficou apenas com um filete de água correndo foi montada uma operação de resgate de peixes desesperados. Muitas pessoas compareceram a Ribeirão Vermelho, cidade logo abaixo da represa, para ver o rio sem água. Acima da represa a cena era diferente, e muitos também compareceram para ver a ponte do Funil desaparecer e o lago se formar. Desse lado da hidrelétrica uma equipe especializada usava lanchas para resgatar, durante o dia, animais ilhados pela inundação. As águas paravam de subir durante a noite até retornarem ao trabalho, no dia seguinte. Em uma casinha construída para o resgate ficavam animais sobreviventes que precisavam de cuidados. Além de cobras, lagartos, micos, tatus, pássaros, foram recolhidos centenas de ovos. Os filhotes de pássaros nasciam em estufas, mas a maioria morria em seguida por falta da saliva da mãe misturada ao alimento, apesar do esforço de biólogos batendo alimentos em liquidificador. O enchimento do reservatório da Usina Hidrelétrica Funil, ou Usina Hidrelétrica Engenheiro José Mendes Jr.,  finalizou no dia 8 de dezembro de 2002. Em um piscar de olhos a paisagem se transformou. Os reinos atingidos entraram em luto: incontáveis seres humanos, o relevo ondulado, os minerais, a vegetação do cerrado, os animais.

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