Poemas drogados
vale tudo entre trevas e drogas
tentativas ásperas misturam
caos mutismo e alvoroços
à sombra de capa negra
à
er
va
ba
gana
ao cigarro barato
a charutos cubanos
paro em bares
passo em salões
olho sou olhada
reflexo cinza
condenada
ouço
mil questões ébrias
em bando
o espetáculo
desarticulado
a desordem vã
poucas letras
confirmam:
estilhaços
copo
pó
só
penas vazias
não saber ser o bem
corpos espectros e vultos sombrios
transitam na bruma sem música
habitam o ar grosso do ermo
à meia-noite sem sol
rio
riodanço
riodançobebo
beborioriodançobebo
bebodançoriodançobebo
gargalho na madrugada
não encontro o dito humor
egoístaagônicaperambulo
ai amor desejo teu hálito
te dou me dás tedoumedás
medásmedástedoumedás
dói
você me traiu
me negas te traio
descasodescasodescaso
viro nada não olvido o sinistro
pássaros atropelados fogem
durmo em pedras tapetes
muito muito
very
difficult
oh ivresse j’ai soif
quimeras vomitam fogos cruéis
injetam cães em destinos ocos
são sombras através do agora
em turbulências sem êxtases
sou nada ninguém escrava
desvairada sem destino
bebo morte aos goles
irresponsável orgíaca
sou borra veneno hostil
remorso intui vergonha no vazio da dor cega
relembra relembro monótonos monótonas
perseguem palavras palavras evaporam
versos
zonzos
repetem
palavras
maltratam
nada importa
outravezoutravez